Feminicídio cresce no Brasil e reforça alerta para que mulheres denunciem e busquem ajuda
Conforme dados, 79,8% dos feminicídios foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros
Os números da violência contra a mulher no Brasil seguem alarmantes. Em 2015, ano em que o feminicídio passou a integrar o Código Penal, foram registrados 449 casos no país. No entanto, após 10 anos, a quantidade de casos atingiu o recorde de 1.492 ocorrências.
Apesar do endurecimento da legislação, que ampliou a pena para até 40 anos de prisão, os números crescem. De acordo com os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, 79,8% dos feminicídios foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros das vítimas.
A pesquisa apontou que a violência extrema ocorre dentro de relações afetivas marcadas por históricos de ameaças, agressões físicas e psicológicas. Conforme a membra da Comissão OAB Mulher Patos de Minas, Etieny Nunes, o feminicídio não é algo isolado.
“Ele é um crime resultado, um crime fim. Então, antes que ele chegue ao feminicídio, houve um histórico de violência muito alarmante, e isso está totalmente ligado à cultura social do machismo, da misoginia e de grupos com conduta contrária à mulher”, disse a bacharel.
Conscientização
Etieny destacou que, apesar dos avanços, da ampliação das medidas protetivas e da maior visibilidade do tema, os agressores nem sempre são contidos pela punição ou pela pressão social. A violência se manifesta de forma brutal, deixando as vítimas vulneráveis.
“Infelizmente, a lei sozinha não é suficiente para coibir esses crimes. Nós temos uma legislação muito pertinente no Brasil, mas não é suficiente para cessar. Então, sempre falamos da conscientização do próprio agressor”, destacou a Etieny.
O alerta é claro: diante de qualquer sinal de violência, a orientação é buscar apoio, ligar no 180 e garantir a própria segurança. A informação e o fortalecimento da rede de proteção são ferramentas fundamentais no enfrentamento à violência contra a mulher.
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